A idéia principal do meu panorama é destacar as famosas curvas de Niemeyer, por isso não inseri nenhuma gravura, e nem fiz nenhuma montagem radical. Apenas mexi nas cores da imagem; no brilho, contraste, saturação e usei os filtros lápis de cor e arestas posterizadas para destacar as curvas da marquise.
Além disso, eu mantive a imagem colorida para representar o presente, como ela está hoje, que apesar de já ter muito tempo que ela foi construída e de ter mudado totalmente a sua função (de casa dançante para museu), ela ainda continua ali, sendo um ponto turístico famoso de Belo Horizonte. O mesmo se encaixa para a Igreja São Francisco de Assis, a igrejinha da Pampulha, que visitamos no mesmo dia. No mesmo estilo, Niemeyer usou curvas para construir, dando uma leveza e suavidade enorme para as duas estruturas.
“Era um protesto que eu levava como arquiteto, de cobrir a igreja da Pampulha de curvas, das curvas mais variadas, essa intenção de contestar a arquitetura retilínea que então predominava.”
“De Pampulha a Brasília eu segui o mesmo caminho, preocupado com a forma nova, com a invenção arquitetural. Fazer um projeto que não representasse nada de novo, uma repetição do que já existia, não me interessa. E nesse sentido, até Brasília eu caminhei. Mas senti que tinha que explica as coisas, às vezes não era compreendido, que havia mesmo uma tendência a contestar essa liberdade de formas que eu prometia.”
“Não é o ângulo reto que me atrai. Nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual. A curva que encontro nas montanhas do meu País, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, nas nuvens do céu, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o Universo – o Universo curvo de Einstein”
Oscar Niemeyer
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